Decisão ocorre no mesmo dia em que o ministro do STF determinou operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro
O governo dos Estados Unidos anunciou, na noite desta sexta-feira, 18, que cancelou o visto do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi publicada pelo jornalista norte-americano Michael Shellenberger e confirmada pela colunista de Oeste Ana Paula Henkel. O secretário de Estado, Marco Rubio, reforçou a decisão contra o magistrado brasileiro.
Em mensagem divulgada nas redes sociais, Rubio informou que a medida contra Moraes foi adotada com o aval do presidente dos EUA, Donald Trump. De acordo com ele, o chefe da Casa Branca já havia deixado claro que “responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão”.
“A caça às bruxas política do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não apenas viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos”, prosseguiu o secretário de Estado, ao citar o membro do STF e o ex-presidente brasileiro.
Sem apresentar mais detalhes, Rubio também afirmou que a punição por parte do governo dos EUA não ficará restrita a Moraes. De acordo com ele, a revogação de vistos norte-americanos também vale para “aliados” dele no tribunal, assim como “seus familiares próximos”.
Por ora, não está claro quais outros ministros do STF terão os vistos cancelados pelos EUA. Também não há, a saber, a lista dos parentes de Moraes que irão sofrer a mesma punição.
Moraes determinou operação da PF contra Bolsonaro
A decisão por parte do Departamento de Estado dos EUA em cancelar o visto de Alexandre de Moraes ocorre no mesmo dia em que a Polícia Federal (PF) deflagrou operação contra Bolsonaro. O ministro do STF foi o responsável por autorizar a ação contra o ex-presidente da República.
De acordo com Bolsonaro, agentes da PF apreenderam um pen drive que não era dele.
Além de autorizar a operação, o magistrado determinou que o ex-presidente passe a usar tornozeleira eletrônica. O juiz também proibiu o aliado de Trump de usar as rede sociais, de se aproximar de embaixadas e consulados e de conversar com diplomatas.