Haddad confirma isenção no IR pra quem ganha até R$ 5 mil e anuncia corte de gastos

Na noite desta quarta-feira (27), às 20h30, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apareceu na TV e no rádio pra dar uma boa notícia: quem ganha até R$ 5 mil por mês vai ficar isento de Imposto de Renda. Além disso, ele apresentou um plano pra cortar gastos e economizar R$ 70 bilhões em dois anos — R$ 30 bilhões em 2025 e R$ 40 bilhões em 2026.

— Estamos cumprindo o que o presidente Lula prometeu. Agora, uma boa parte da classe média que ganha até R$ 5 mil por mês não vai mais pagar IR — explicou Haddad.

Hoje, só quem ganha até R$ 2.824 (dois salários mínimos) está livre do IR. O ministro não disse exatamente como o projeto vai ser levado ao Congresso, mas prometeu mais detalhes na coletiva desta quinta-feira (28).

E quem paga a conta?

Pra compensar a perda de arrecadação com essa isenção maior, o governo quer taxar os “super-ricos” — ou seja, quem ganha mais de R$ 50 mil por mês.

— Não vai ter impacto fiscal, ou seja, o governo não vai gastar mais do que pode. Quem tem renda acima de R$ 50 mil por mês vai pagar um pouquinho mais, sempre dentro de padrões internacionais — garantiu Haddad.

Outras novidades

Abono salarial

O abono salarial vai ser ajustado pra quem ganha até R$ 2.640 por mês (hoje é até R$ 2.824). Essa mudança faz parte do plano de cortes e o valor vai ser corrigido pela inflação. Quando chegar a um salário mínimo e meio, vira regra fixa.

— Essa é uma medida que garante justiça e será permanente — disse o ministro.

Salário mínimo

Sobre o salário mínimo, Haddad explicou que a regra de reajuste vai mudar pra se alinhar ao limite de crescimento dos gastos públicos, que só podem subir até 2,5% acima da inflação. Mesmo assim, o ministro assegurou que o mínimo vai continuar crescendo acima da inflação.

— Devolvemos o ganho real no salário mínimo, algo que tinha sido deixado de lado. Com Lula, isso voltou, e vamos seguir com aumentos sustentáveis e dentro das novas regras — declarou.

Mudanças na aposentadoria dos militares

Haddad anunciou alterações na aposentadoria de militares, que ficaram fora da última reforma da Previdência.

— Vamos buscar mais igualdade, com idade mínima pra reserva, limites nas transferências de pensões e outros ajustes. É uma mudança justa e necessária — explicou.

Supersalários no serviço público

Também vai ter limite pros supersalários no setor público, ajustando brechas na lei que permitem pagamentos acima do teto.

— Vamos combater privilégios que não condizem com o princípio da igualdade. Todo agente público tem que respeitar o teto constitucional — afirmou o ministro.

Estratégia do governo

Esse pacote de cortes de gastos já vinha sendo planejado há semanas. Na tarde de quarta, o presidente Lula e os ministros responsáveis apresentaram as medidas aos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco. Agora, tudo precisa ser aprovado pelo Congresso.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, confirmou que os detalhes do pacote serão explicados na coletiva de quinta-feira (28). Ele fez questão de dizer que participou de todo o processo:

— Eu avisei que, se não fosse ouvido, pediria demissão. Mas fui incluído, participei de tudo. Hoje o Haddad falou, amanhã explicaremos os detalhes.

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