MPE pede cassação do prefeito reeleito de Hortolândia e do vice por abuso de poder político

Investigação aponta suposta coação de candidata a vereadora com ameaças e oferta de dinheiro durante a campanha

O Ministério Público Eleitoral (MPE) entrou com um pedido na Justiça Eleitoral para cassar o mandato do prefeito reeleito de Hortolândia, Zezé Gomes (Republicanos), e de seu vice, Cafu César (PSB), acusados de abuso de poder político nas eleições municipais.

A denúncia envolve uma candidata a vereadora da oposição que teria sido coagida a desistir de sua candidatura. Segundo o MPE, o episódio ocorreu no comitê central da campanha de Zezé Gomes e Cafu César, no dia 23 de setembro. Durante a reunião, Léo da LM (PSB), candidato a vereador aliado da chapa, teria ameaçado fechar o trailer de lanches da candidata caso ela não desistisse e passasse a apoiá-lo.

O vice-prefeito eleito, Cafu César, teria presenciado a ameaça sem intervir, segundo a acusação. Para reforçar a pressão, uma oferta financeira foi feita: R$ 2 mil oferecidos por Léo da LM, com R$ 1 mil adicionais prometidos por Cafu César. O MPE anexou ao processo uma proposta escrita como prova da tentativa de compra da desistência.

Boletim de ocorrência e provas Após a ameaça, a candidata registrou um boletim de ocorrência na delegacia de Hortolândia e entregou áudios e fotos que comprovariam o ocorrido. Durante depoimento à Justiça, ela relatou a pressão sofrida. De acordo com o MPE, Léo da LM inicialmente negou conhecer a candidata, mas posteriormente pediu para prestar um novo depoimento, que não aconteceu.

Zezé Gomes e Cafu César se defendem Embora Zezé Gomes não tenha sido acusado diretamente de participar das ameaças, o MPE ressalta que, pela legislação eleitoral, uma chapa não pode ser separada. Ou seja, se o vice for cassado, o prefeito também perde o mandato.

O advogado da dupla, Cristiano Vilella, negou qualquer irregularidade e afirmou confiar na absolvição dos clientes. Segundo ele, as provas apresentadas pelo MPE não são confiáveis, já que os áudios foram gravados de forma anônima e os prints poderiam ter sido manipulados.

Investigação segue em andamento O candidato a vereador Léo da LM, apontado como peça-chave no caso, não foi localizado para comentar as acusações. A investigação segue com a Justiça Eleitoral analisando as provas e depoimentos.

Por enquanto, o futuro político de Hortolândia permanece indefinido, aguardando o desfecho do processo.

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