Haddad cola em Alcolumbre e Hugo pra segurar a economia no Congresso

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está cada vez mais próximo de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB), que acabaram de assumir a presidência do Senado e da Câmara, respectivamente. A ideia é garantir apoio no Congresso pra sua agenda econômica e se proteger das tretas políticas, incluindo as disputas dentro do próprio governo Lula.

A galera que acompanha o cenário político acredita que essa aliança é ainda mais importante agora, com o centrão ganhando força e a popularidade de Lula caindo. No Congresso, por exemplo, cresce a resistência a medidas pra aumentar a arrecadação, que são uma peça-chave do plano de Haddad pra equilibrar as contas públicas.

Dentro do governo, a proximidade das eleições deve fazer com que ministros da ala política pressionem por mais gastos. Haddad quer segurar essa onda, e ter os presidentes da Câmara e do Senado do seu lado pode fazer toda a diferença. Afinal, são eles que decidem quais projetos vão pra votação e quais ficam na gaveta. Se não tiver esse controle, o risco de pautas que explodem os gastos públicos pode aumentar.

Um dos grandes desafios é a Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025. O Congresso deveria ter votado em dezembro, mas deixou pra depois do recesso. O governo quer resolver isso logo em fevereiro, mas os parlamentares preferem esperar até depois do Carnaval. Alcolumbre, como presidente do Congresso, vai ser peça-chave pra definir quando isso acontece.

Haddad sabe que 2025 é a grande chance de aprovar as mudanças econômicas que quer, já que 2026 é ano eleitoral e as coisas costumam travar. Um dos projetos mais importantes é o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda, que precisa passar até dezembro pra valer no ano seguinte. O problema é que, pra isso acontecer, também é necessário criar impostos sobre rendas mais altas, o que pode gerar resistência no Congresso. Ter Alcolumbre e Hugo por perto pode ajudar a equilibrar essa balança.

Antes da eleição no Senado, Haddad já tinha se encontrado com Alcolumbre pra alinhar ideias. Rolou um jantar na casa do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), com a presença de Jaques Wagner (PT-BA) e do então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Quem tava lá diz que Alcolumbre deu sinais de que pode ser um aliado, embora não tenha prometido nada específico sobre os projetos de Haddad.

Já com Hugo Motta, essa parceria vem de mais tempo. Ele ajudou o governo em momentos decisivos, como na aprovação do pacote fiscal e na reorganização dos ministérios de Lula. Hugo também sugeriu que Haddad fizesse encontros regulares com líderes partidários pra discutir economia, o que fortaleceu a relação entre os dois.

Recentemente, Haddad ligou pra Hugo pra avisar sobre os vetos no projeto de regulamentação da reforma tributária. Como esses vetos ainda vão ser votados no Congresso, a nova liderança da Câmara pode ter um papel importante.

No geral, Hugo e Alcolumbre já vinham mostrando sintonia com a agenda econômica do governo Lula. Agora, como chefes do Congresso, eles devem continuar alinhados.

Haddad tem um plano com 25 medidas econômicas pra implementar até 2026. Algumas precisam apenas de ações do governo, como portarias, enquanto outras dependem do Congresso. Entre os projetos que estão na Câmara, tem a reforma da Previdência dos militares, a regulamentação da inteligência artificial e medidas pra fortalecer o mercado financeiro. No Senado, as prioridades são a criação do comitê-gestor do novo imposto sobre bens e serviços (IBS), a limitação dos supersalários do funcionalismo público e mudanças na Lei de Falências.

Além disso, o governo ainda vai mandar pro Congresso as mudanças no Imposto de Renda, novas regras pro reajuste de preços de remédios e a regulamentação do imposto seletivo, que vai taxar produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, como bebidas alcoólicas.

Com essa costura política, Haddad tenta garantir que sua agenda econômica não seja atropelada por disputas políticas e pressões eleitorais.

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