Os preços dos alimentos não param de subir, e o ovo, que sempre foi a opção mais em conta, já não é mais tão barato assim. Com isso, muita gente está quebrando a cabeça para encontrar a melhor alternativa entre saúde e economia.
O ovo era conhecido como a proteína mais acessível, mas agora está ficando mais caro do que o frango e até algumas carnes vermelhas. Diante disso, fica a dúvida: o que vale mais a pena colocar no prato?
A nutricionista Denise Real, de Bauru (SP), explica que as proteínas são essenciais para o corpo humano: "Elas funcionam como tijolinhos que ajudam a construir tecidos do corpo, como órgãos, células, cabelo, pele, unhas e músculos."
Muita gente pensa que proteína é só carne vermelha, mas Denise lembra que existem várias outras opções boas, como frango, ovos, peixe, queijos, iogurtes e até leguminosas, como feijão, grão-de-bico e soja.
Além disso, ela reforça que variar as fontes de proteína é importante para ter uma alimentação equilibrada e explica como calcular a quantidade ideal para cada pessoa. "A recomendação média é de 1,2 a 1,8 gramas de proteína por quilo de peso corporal. Para quem pesa 80 kg, isso dá cerca de 144 g de proteína por dia, o equivalente a 480 g de frango."
Mas o ideal é dividir esse consumo ao longo do dia, com diferentes alimentos: ovos no café da manhã, frango no almoço e queijo no jantar, por exemplo.
Qual é a opção mais barata?
Uma pesquisa feita pela TV TEM mostrou que, em média, 30 g de proteína do ovo custam R$ 5, enquanto a mesma quantidade de frango sai por R$ 2,50. Já a carne vermelha (patinho) custa R$ 4,50 pelos mesmos 30 g de proteína.
Ou seja, mesmo sendo super nutritivo, o ovo ficou mais caro do que o frango, que acaba sendo uma opção mais vantajosa para quem quer gastar menos sem abrir mão da qualidade.
Esse aumento nos preços do ovo foi puxado pelo encarecimento do milho (usado na ração das galinhas), pelo calor intenso e pela alta procura durante a Quaresma, quando muitas pessoas deixam de comer carne vermelha. Só em fevereiro, o preço do ovo subiu 15% em relação a janeiro, segundo o IBGE. No acumulado do ano, o aumento já chega a 16,4%.
Alta nos preços dos alimentos
Não foi só o ovo que encareceu. Outros itens básicos também subiram nos últimos meses, como carnes, leite, óleo, café e hortaliças.
Confira algumas variações nos últimos 12 meses, segundo o IBGE:
🔸 Carnes: +21,98%
🔸 Frango inteiro: +9,35%
🔸 Frango em pedaços: +10,95%
🔸 Ovo: +10,49%
🔸 Leite: +11,11%
🔸 Óleo de soja: +23,39%
🔸 Café moído: +66,18%
🔸 Alho: +30,58%
Já em 2025, só entre janeiro e fevereiro, alguns itens tiveram altas ainda mais expressivas:
🔹 Pepino: +44,21%
🔹 Cenoura: +33,79%
🔹 Abobrinha: +27,44%
🔹 Tomate: +27,76%
🔹 Café: +20,25%
🔹 Ovo: +16,41%
Bastos, a "capital do ovo", sente o impacto
Bastos (SP), a maior produtora de ovos do estado, também está sentindo os efeitos dessa alta. Em março, o preço médio da caixa com 30 dúzias de ovos brancos chegou a R$ 210,52 e a dos vermelhos, a R$ 239,73 – os maiores valores dos últimos dois anos.
Desde janeiro, o preço do ovo branco na região subiu 47,48%, e o do vermelho, 44,61%. Bastos é responsável por 11,5% da produção nacional de ovos, e suas granjas representam 45,4% da produção do estado de São Paulo, o maior produtor do país.
O segredo está no equilíbrio
Para manter uma alimentação saudável sem pesar no bolso, a dica é variar o consumo de proteínas e equilibrar com carboidratos, verduras e legumes.
"Nosso corpo não vive só de proteína. O ideal é montar um prato balanceado, com folhas, legumes, saladas e carboidratos." – explica a nutricionista Denise Real.
Com tantas mudanças nos preços, o desafio é encontrar um jeito de comer bem sem gastar demais. O segredo? Planejamento e criatividade na cozinha!=