Fernando Sarney assume e vai convocar nova eleição

A treta nos bastidores da CBF ganhou mais um capítulo quente nesta quinta-feira (15). O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu afastar Ednaldo Rodrigues da presidência da entidade. Quem assume no lugar dele, pelo menos por enquanto, é Fernando Sarney, um dos vices da CBF. E ele já chega com uma missão: organizar novas eleições o mais rápido possível.

A decisão veio do desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, que considerou nulo um acordo assinado por dirigentes da CBF no começo do ano. O motivo? Suspeita de falsificação da assinatura do Coronel Nunes, ex-presidente da entidade. Além disso, segundo o magistrado, há dúvidas sobre a capacidade mental de Nunes desde 2018, quando ele foi diagnosticado com câncer no cérebro.

Esse acordo questionado foi o que, na prática, permitiu a reeleição de Ednaldo no comando da CBF. Se o documento for mesmo inválido, toda a eleição pode cair por terra — e foi com esse argumento que Fernando Sarney e a deputada Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) foram ao STF pedir a saída de Ednaldo.

O ministro Gilmar Mendes, do STF, até negou o afastamento imediato na semana passada, mas mandou o caso de volta pro TJ-RJ pra que a história fosse apurada com urgência. E foi o que rolou.

O desembargador chegou a marcar uma audiência pra ouvir o Coronel Nunes, mas o advogado dele avisou que ele não compareceria por motivos de saúde. Resultado: audiência cancelada e, quatro dias depois, Ednaldo fora do cargo.

Essa não é a primeira vez que Ednaldo é afastado. Em dezembro de 2023, o TJ-RJ já tinha feito a mesma coisa. Naquela ocasião, ele conseguiu reverter a situação com uma decisão de Gilmar Mendes e voltou à presidência um mês depois.

Coincidência ou não, Ednaldo anunciou a contratação de Carlo Ancelotti pra Seleção Brasileira na última segunda (13), numa jogada que muitos viram como tentativa de ganhar apoio e desviar o foco da briga judicial. Só que, até agora, o Real Madrid — clube atual de Ancelotti — ainda não confirmou nada oficialmente.

Na terça (14), Ednaldo também se reuniu com presidentes de federações estaduais, tentando fortalecer sua base de apoio. O jurídico da CBF apostava que ele conseguiria se manter no cargo, mas avisou que, se perdesse no TJ-RJ, acreditava numa nova vitória no STF.

Agora é esperar as cenas dos próximos capítulos. E, no meio disso tudo, a Seleção Brasileira fica sem saber ao certo quem vai mandar no pedaço até a próxima eleição.