Políticos e juízes brasileiros recebem 20 vezes mais que a renda média da população

Estudo revela que Brasil é um dos países com maior desigualdade de salários entre políticos e população. Juízes e gestores frequentam os níveis mais altos de disparidade, gerando desconfiança em relação a políticas públicas.

Desigualdade Salarial no Brasil: O Brasil apresenta um dos piores índices de desigualdade salarial entre gestores públicos e a população, superado apenas por Chile e Argentina.   Políticos e juízes federais recebem até 22 vezes o salário médio da população, que foi de R$ 2.069 em 2023.   O presidente e os deputados federais ganham 21 vezes o salário médio, recebendo R$ 44 mil, conforme o teto constitucional.   Estudo do Índice de Disparidade Salarial 2025, do grupo Livres, avalia dados de 16 países. Os magistrados federais têm vencimentos entre R$ 35,8 mil e R$ 39,7 mil, com média de R$ 48,6 mil, ou 23,5 vezes a renda da população.   A desigualdade no Brasil, com índice de 21, supera a média global de 10,7 e a de países em desenvolvimento de 16,8.   Comparações Internacionais:
  • Argentina: presidente recebe 9,2 vezes o salário médio.
  • Chile: presidente ganha 13,7 vezes mais.
  • Deputados argentinas: 4,5 vezes a média.
  • Juízes no Brasil: 22 vezes a média.
O estudo considerou dados da Pnad Contínua e pode ter subestimado a desigualdade, pois não inclui salários de servidores públicos que podem ser ainda mais altos.   Impacto Social: Especialistas alertam que a diferença salarial pode gerar desconfiança nas instituições. A elite do funcionalismo público não depende dos serviços públicos, impactando sua legitimidade e a percepção de justiça.   A professora Cibele Franzese destaca que, embora os salários sejam altos, a relação entre gastos e a qualidade dos serviços públicos é crucial para a gestão pública.  
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