Quase 50 horas depois do vendaval que atingiu cidades da Grande São Paulo, a Região Metropolitana ainda tem 780 mil imóveis às escuras, segundo o boletim publicado pela concessionária Enel às 8h desta sexta-feira (12).
A falta de energia afeta serviços essenciais, como semáforos, abastecimento de água e mobilidade urbana. Já os aeroportos de Congonhas, na capital, e de Guarulhos, que tiveram dias de caos e cancelamentos, estão com operação normalizada.
Segundo o levantamento da empresa, a capital paulista tem 572 mil endereços sem energia, liderando as cidades da área de concessão da Enel sem luz.
Percentualmente, Juquitiba, Embu das Artes e Cotia registram o maior número de casas ou comércios sem energia elétrica.
Em Juquitiba, 32,26% dos imóveis estão sem luz. Já Embu tem 24,70% e Cotia, 18,46%.
Na manhã de quarta-feira (10), ventos atingiram a capital e a região metropolitana com rajadas de 96 km/h.
A concessionária informou que não há prazo para normalizar 100% do serviço.
Em nota enviada ao g1 nesta sexta, a concessionária informou que “restabeleceu o fornecimento de energia para cerca de 1,8 milhão de clientes, dos 2,2 milhões afetados”.
A empresa disse que “outros cerca de 500 mil novos casos ingressaram ao longo do dia de ontem com solicitação de atendimento, em decorrência da continuidade dos ventos pela manhã”.
No momento, a companhia afirmou que “trabalha para restabelecer o serviço para cerca de 830 mil clientes (9,8% da base da distribuidora)”.
Em seu site, a Enel responsabilizou os ventos fortes pela falta de energia:
“Nossa área de concessão foi afetada por um um ciclone extratropical e um vendaval histórico, segundo o Inmet, que perdurou por cerca de 12 horas nessa quarta-feira”, informa trecho do comunicado. “As fortes rajadas de até 98km/h derrubaram árvores e lançaram galhos e outros objetos sobre a rede elétrica.”
Em entrevista ao Bom Dia São Paulo da TV Globo na quinta, o diretor regional da empresa, Marcelo Puertas, atribuiu os problemas aos ventos constantes.
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A forte ventania que atinge São Paulo derrubou Papai Noel da decoração de Natal da Avenida Paulista — Foto: Reanto S. Cerqueira/ Ato Press/Estadão Conteúdo
Segundo o site da Enel, os 24 municípios atendidos pela empresa foram afetados pelos ventos fortes de quarta e tiveram registros de falta de abastecimento de energia. Veja abaixo quais são:
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Árvore caída na Rua Eça de Queiroz, na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo, na manhã do dia 11 de dezembro de 2025 — Foto: Caio Portari/TV Globo
Semáforos apagados e trânsito caótico: A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que, pela manhã, havia 167 semáforos apagados por falta de energia, 10 apagados por falhas e 3 em amarelo piscante.
Quedas de árvores: foram registradas ao menos 382 árvores caídas na capital, sendo 319 atendimentos finalizados. Segundo a prefeitura, equipes aguardam apoio da Enel em 48 ocorrências.
Abastecimento de água: A Sabesp alertou, em nota das 18h, para falhas no bombeamento em bairros como Americanópolis, Cangaíba, Parelheiros, Parque do Carmo, Vila Clara, Vila Formosa e Vila Romana, na cidade de São Paulo.
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Marginal Pinheiros, na altura da Raia Olímpica da USP — Foto: Arquivo pessoal/César Soares
Clientes da Enel que usaram o aplicativo da empresa pelo celular informaram na quinta que receberam previsões variáveis sobre o tempo que levará para restabelecer a energia elétrica em seus imóveis.
Uma mulher contou que inicialmente a previsão era às 12h. Minutos depois foi informada pela Enel que seria às 13h. Ela mora num condomínio em Santo Amaro, Zona Sul de São Paulo, e printou a previsão em seu telefone.
Também há relatos de moradores da capital que conseguiram acessar o prazo dado pela Enel no aplicativo, mas, quando tentaram printar a tela, o sistema não permitiu. Outros clientes sequer conseguiram acesso ao aplicativo da empresa pelo celular.
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Enel deu inicialmente prazo até 12h desta quinta para restabelecer energia em condomínio de cliente da Zona Sul de São Paulo. Depois mudou tempo para 13h — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
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