A briga pelo time de Trump já começou

Na noite de terça-feira (5), logo que ficou claro que Donald Trump estava com tudo para tentar a reeleição, os telefones começaram a tocar ao redor dele, e as conversas em várias mesas no salão de Mar-a-Lago logo se voltaram para quem seria escalado para trabalhar no segundo mandato de Trump.

O que parecia uma conversa de bastidores agora virou uma verdadeira guerra, e a disputa está acontecendo direto no pátio do Mar-a-Lago, em Palm Beach, Flórida.

Na quarta-feira à noite, quase todas as mesas estavam cheias, com muita movimentação sobre quem estava sentado onde e o quão perto estavam da mesa onde Trump costuma ficar, atrás de uma corda de veludo, como se fosse uma corte. Segundo testemunhas, nomes como Robert F. Kennedy Jr., Donald Trump Jr., Tulsi Gabbard, Tom Barrack e os co-presidentes da transição de Trump, Howard Lutnick e Linda McMahon, estavam circulando pelo clube.

Trump passou o dia revendo uma lista de nomes que já haviam sido sugeridos por Lutnick antes da eleição, embora haja quem duvide se Trump realmente vai seguir todas as recomendações. Enquanto isso, quem está de olho em cargos importantes tem corrido atrás de fazer alianças com outros que também estão tentando garantir um lugar no time de Trump.

Alguns até marcaram voos para a Flórida para tentar uma reunião cara a cara com Trump nos próximos dias, quando ele deve tomar as decisões mais importantes. À medida que vai diminuindo as opções, Trump já riscou vários nomes da lista, segundo fontes que acompanham de perto o processo, que está sendo bem agitado.

A deputada Elise Stefanik, republicana de Nova York e presidente da conferência do Partido Republicano da Câmara, está sendo cogitada para ser a nova embaixadora dos EUA na ONU.

E uma das maiores disputas já foi resolvida: a escolha do chefe de gabinete. Trump nomeou sua gerente de campanha, Susie Wiles, para o cargo na quinta-feira (7), tornando-a a primeira mulher a ocupar a função. Wiles é vista como responsável pela campanha mais bem organizada de Trump, mas a briga pelo cargo ficou restrita a ela e a Brooke Rollins, que trabalhou no primeiro mandato e agora comanda o America First Policy Institute.

Rollins decidiu sair da disputa depois de perceber que tentar o cargo significaria uma batalha de poder com Wiles. Ela deve, no entanto, ocupar algum cargo na administração de Trump.

Dessa vez, Trump resolveu agir mais rápido do que em 2016, quando demorou para nomear Reince Priebus para o cargo de chefe de gabinete durante a transição caótica. Com um chefe de gabinete logo no começo, Trump teria um centro de poder para coordenar tudo, em vez de precisar falar diretamente com todos os envolvidos.

No entanto, uma pessoa observou que foi o próprio Trump quem fez as ligações para aqueles que ele quer em posições-chave, nos últimos dias. Embora tenha sugerido alguns nomes, Trump não se envolveu muito nas conversas sobre quem seria colocado no time antes da eleição, por ser um tanto supersticioso e preferir evitar discussões mais longas.

Agora, Trump está focado em reforçar sua equipe e retribuir o apoio que recebeu nos últimos dois anos. Em conversas privadas, ele deixou claro que vai recompensar aqueles que estiveram ao seu lado, mesmo que suas opiniões nem sempre coincidam com as dele.

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