Análise: EUA adotam mecanismo de coerção para lidar com a Rússia

O presidente dos EUA, Donald Trump, intensificou a pressão sobre líderes europeus para suspenderem a compra de petróleo russo, argumentando que esses recursos financiam o conflito na Ucrânia. A medida faz parte de uma estratégia mais ampla de Washington para isolar economicamente a Rússia. A análise é Fernanda Magnotta no CNN 360°.

A ação diplomática dos EUA ocorre em duas frentes principais: enquanto mantém diálogo com Moscou visando possíveis negociações de cessar-fogo, também busca aumentar o cerco econômico à Rússia, pressionando países que mantêm relações comerciais com o país.

Mesmo com as sanções já existentes, alguns países europeus ainda mantêm certa dependência dos combustíveis russos, como Alemanha e Hungria. A nova pressão americana busca limitar ainda mais essas interações, que já diminuíram consideravelmente desde o início do conflito.

A estratégia de Washington vai além da Europa, afetando também países do chamado Sul Global. A Índia, por exemplo, já enfrenta tarifas americanas devido a suas relações energéticas com a Rússia. Outros membros do Brics, incluindo Brasil e China, podem ser os próximos alvos dessas medidas de coerção.

Para o Brasil, as implicações são significativas tanto no aspecto diplomático quanto econômico. Além do risco de tensões com os EUA caso mantenha laços com Rússia e China, o país pode enfrentar pressões inflacionárias devido a possíveis impactos no mercado de commodities.

A China atualmente é o principal parceiro econômico da Rússia no contexto das sanções internacionais, sendo considerada o maior financiador da economia russa. Esta situação adiciona complexidade ao cenário geopolítico global e às estratégias americanas de manutenção de sua liderança internacional.

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