Armadilha inteligente ajuda a monitorar e controlar o mosquito da dengue

Pesquisadores do Inatel, em Santa Rita do Sapucaí (MG), criaram uma armadilha moderna para capturar e acompanhar fêmeas do Aedes aegypti, o mosquito que transmite dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

O equipamento usa tecnologia de ponta, como câmeras de alta resolução e inteligência artificial, para identificar os mosquitos sem afetar outros insetos. A ideia é que essa armadilha ajude órgãos de saúde a monitorar e controlar a infestação, principalmente em locais de difícil acesso.

Como funciona?

A armadilha tem um formato de dodecaedro (com 12 lados) e cerca de 50 cm de altura. Ela usa uma mistura de água, açúcar e feromônio para atrair os mosquitos. Quando um inseto entra, uma câmera interna tira fotos em tempo real e um algoritmo de inteligência artificial analisa as imagens para identificar se é um Aedes aegypti, uma abelha ou uma borboleta.

Se for um Aedes aegypti, um sistema de ventilação empurra o mosquito para um recipiente com um líquido viscoso, onde ele fica preso. Caso seja outro inseto, como uma abelha, a armadilha solta um fluxo de ar para jogá-lo para fora, evitando capturas desnecessárias. Esse é um grande diferencial em relação a armadilhas tradicionais, que não fazem essa seleção.

Monitoramento em tempo real

A armadilha também conta com GPS, permitindo que os pesquisadores acompanhem a localização dela e analisem os padrões de movimentação dos mosquitos em tempo real. Isso ajuda a entender melhor a proliferação e a tomar decisões rápidas para combater surtos de dengue e outras doenças.

Outra vantagem é que o monitoramento pode ser feito remotamente, sem precisar que alguém vá até o local para conferir se a armadilha está funcionando.

Testes e próximos passos

O equipamento foi testado tanto em laboratório quanto em campo, em locais como praças e córregos da cidade. Os testes mostraram que o sistema consegue identificar o Aedes aegypti com 97% de precisão, além de acertar 100% na identificação de abelhas e 90,1% no caso de borboletas.

Agora, os pesquisadores querem aprimorar o projeto, baratear os custos e desenvolver uma versão final da armadilha. Eles também planejam tornar o equipamento mais resistente às condições climáticas, protegendo a parte eletrônica contra chuvas fortes e calor intenso.

Essa inovação pode ser uma grande aliada no combate à dengue e outras doenças, tornando o monitoramento mais eficiente e rápido!

0%