Março chega trazendo a troca de estação: o verão vai dando tchau e o outono começa a dar as caras. Com essa mudança, o clima também passa por algumas reviravoltas, mexendo com as temperaturas e a chuva em várias partes do Brasil.
Neste ano, o outono começa oficialmente no dia 20 de março, às 6h02. A estação vai até 20 de junho, quando o inverno assume o protagonismo. Durante esse período, o calor começa a diminuir, e a chuva fica mais equilibrada, diminuindo em algumas áreas. Essas informações são do Climatempo.
O que esperar de março: calorão, bloqueio atmosférico e frente fria
O mês já começa com um bloqueio atmosférico que segura o avanço das frentes frias, deixando o Brasil sob mais uma onda de calor – a quinta do ano! Esse calor intenso deve durar até pelo menos o dia 5 de março, e os modelos meteorológicos indicam que esse bloqueio pode continuar até o dia 10. Depois disso, as frentes frias começam a avançar pelo continente.
Aí o jogo vira! Com o fim do bloqueio, áreas de baixa pressão atmosférica começam a se formar, trazendo mais instabilidade e pancadas de chuva. Ou seja, a segunda metade de março deve ter um aumento nas precipitações, especialmente no Sul e Sudeste, o que também deve derrubar um pouco as temperaturas.
Frentes frias chegando
Nos primeiros 15 dias do mês, as frentes frias vão atingir mais o extremo sul do Brasil, passando pelo litoral do Rio Grande do Sul. Mas, na segunda metade de março, elas podem alcançar a costa do Sudeste, trazendo mais chuva para as áreas litorâneas. Por outro lado, essas frentes não devem ter tanta força para alcançar o interior do país, o que significa que as chuvas nessas regiões vão continuar abaixo do esperado.
E o La Niña?
O fenômeno climático La Niña ainda está por aí, mas já está perdendo força. As águas do Oceano Pacífico Equatorial, perto da costa do Peru, estão esquentando desde fevereiro, sinal de que o fenômeno está enfraquecendo. Isso significa que, apesar de ainda influenciar o clima, o impacto dele será menor ao longo do mês.
Enquanto isso, o Oceano Atlântico Sul está com temperaturas acima da média perto das costas do Sul e Sudeste do Brasil. Isso favorece a formação de áreas de baixa pressão, que ajudam na formação de chuvas nessas regiões. Pode rolar chuva forte em algumas áreas litorâneas de Santa Catarina, Paraná e São Paulo, mas, no geral, esse tipo de instabilidade não deve avançar muito para o interior.
Cadê as águas de março?
Mesmo com previsão de mais chuvas na segunda metade do mês, março não deve trazer aquele volume de água típico das famosas "águas de março". Isso porque o bloqueio atmosférico na primeira quinzena vai reduzir bastante as chuvas em várias partes do país. Com isso, a tendência é que o mês termine com chuvas dentro ou até abaixo da média histórica, principalmente no Centro-Oeste e Sudeste.
E no Norte do Brasil?
A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que é responsável por grande parte das chuvas no Norte e Nordeste, deve continuar funcionando normalmente em março. Isso significa mais chuva do que o normal em estados como Maranhão, Rio Grande do Norte e Paraíba.
Já na Amazônia e no Norte do país, as pancadas de chuva devem acontecer por conta do calor e da umidade, com a formação de instabilidades tropicais. Mas nada de temporais extremos ou chuvas muito acima da média.
Apesar da expectativa de que o bloqueio atmosférico enfraqueça depois da primeira quinzena, a chance de uma nova Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) se formar é baixa. Isso significa que o clima deve continuar instável, mas sem grandes episódios de chuvas intensas em grande escala.