Em meio à crescente pressão internacional sobre o conflito em Gaza, uma onda de países ocidentais sinaliza a intenção de reconhecer o Estado palestino. Reino Unido, Portugal e Canadá seguiram os passos da França, que anunciou seu apoio na semana anterior, em um movimento que aumenta o isolamento diplomático dos Estados Unidos na questão.
A situação humanitária em Gaza se agrava, com 156 mortes confirmadas por fome e desnutrição, incluindo 90 crianças. O cenário crítico levou até mesmo os Estados Unidos a reconhecerem publicamente a existência de uma crise alimentar na região.
Contexto histórico do Estado palestino
Desde 1988, quando a Organização para a Libertação da Palestina se declarou como Estado, a entidade mantém status de estado observador na ONU, similar ao Vaticano. Atualmente, 147 países - aproximadamente 75% dos membros da ONU - reconhecem o Estado palestino, com o Brasil fazendo parte deste grupo desde 2010.
O reconhecimento internacional, no entanto, não garante automaticamente a criação efetiva do Estado. Para isso, são necessários quatro requisitos fundamentais: território permanente, população, governo e capacidade de cumprir obrigações internacionais. A disputa territorial com Israel e as divisões internas entre a Autoridade Palestina e o Hamas são obstáculos significativos para a concretização deste objetivo.
Impasse nas negociações
As tentativas de acordo de cessar-fogo enfrentam resistência tanto do Hamas quanto do governo israelense. O grupo palestino exige a retirada substancial das forças militares israelenses de Gaza, enquanto setores linha-dura do governo de Benjamin Netanyahu se opõem a qualquer acordo que possa enfraquecer sua posição política.
O crescente reconhecimento internacional do Estado palestino por países influentes, incluindo membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU como França e Reino Unido, aumenta a pressão diplomática sobre Israel, que passa a contar apenas com o apoio incondicional dos Estados Unidos no cenário internacional.