Investidores adotam cautela ante a tensão entre STF e EUA; ações do Banco do Brasil caem mais de 6%, seguidas por outros papéis do setor
Principal índice da Bolsa de Valores do Brasil, o Ibovespa fechou em forte queda nesta terça-feira, 19. Recuou 2,1%, aos 134.432 pontos. O movimento resultou da influência, sobretudo, das ações do setor financeiro. Os respectivos papéis registraram grande pressão ao longo da sessão.
Entre as maiores baixas, as ações ordinárias do Banco do Brasil caíram 6,03% (R$ 19,80), Santander recuou 4,88% (R$ 25,94) e B3 perdeu 4,79% (R$ 12,53). Do mesmo modo, também registraram queda expressiva Itaú (-3,84%, R$ 36,31) e Bradesco (-3,43%, R$ 15,79).
Ibovespa reflete crise política
O recuo refletiu a percepção de que a disputa política entre Estados Unidos e Brasil entrou em um novo e delicado capítulo. Nesta segunda-feira, 18, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino decidiu barrar as sanções impostas pelo governo norte-americano ao ministro Alexandre de Moraes, também integrante da Corte.
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Com os bancos sob pressão direta da Lei Magnitsky, de um lado, e pelas decisões do STF, de outro, investidores assumiram uma posição de cautela diante da hipótese de a crise ganhar proporções maiores e provocar impactos mais diretos e severos na economia.
“É difícil precificar as consequências se os bancos brasileiros forem cortados do sistema financeiro internacional. São instituições que operam fora do país e qualquer restrição nesse sentido seria muito ruim para o Brasil”, afirmou Bruno Takeo, estrategista da Potenza Capital, em entrevista ao site InfoMoney.
Da mesma forma, Alison Correia, analista de investimentos e cofundador da Dom Investimentos, avalia que a complexidade do cenário leva o mercado a adotar principalmente uma postura cautelosa. “É preciso compreender melhor o alcance das últimas medidas antes de tomar novas posições.”
Informações: Revista Oeste