Dólar dispara e chega a R$ 6,29, mesmo com o Banco Central tentando segurar

O dólar deu uma subida e chegou a R$ 6,29 mesmo depois do Banco Central tentar segurar a alta com um leilão de dólares. A preocupação com as contas do governo continua sendo o foco dos investidores.

Dólar dispara

Ontem, o dólar já tinha subido 2,82%, terminando o dia valendo R$ 6,26, o maior valor registrado até hoje. O Ibovespa, que é o principal índice da bolsa de valores brasileira, caiu 3,15%.

Hoje, por volta das 9h40, o dólar bateu R$ 6,29, mesmo com o Banco Central fazendo mais um leilão de dólares para tentar controlar o câmbio. A galera do mercado está de olho nas contas públicas e no relatório de inflação do BC, que saiu de manhã.

A situação fiscal é o ponto principal. Ontem, o relator de um projeto de cortes nos gastos do governo apresentou ajustes no texto, mas deu uma "aliviada" em algumas medidas, o que pode reduzir o impacto nos gastos. Investidores estão inseguros sobre se essas mudanças vão realmente ajudar a equilibrar as contas públicas.

Expectativas do mercado

Além disso, o Banco Central admitiu que não vai conseguir bater a meta de inflação de 2024, que era de 3%. Vai ser o terceiro ano seguido sem cumprir a meta.

Até 9h45, o dólar subia 0,37%, chegando a R$ 6,2903. Ontem, já tinha subido 2,82%.

Acumulado do dólar:

  • Alta de 3,85% na semana
  • Subida de 4,44% no mês
  • Crescimento de 29,15% no ano

Ibovespa

A bolsa abre às 10h. Ontem, o Ibovespa caiu 3,15%, ficando em 120.772 pontos.

Acumulado da bolsa:

  • Queda de 3,08% na semana
  • Perda de 3,90% no mês
  • Recuo de 10% no ano

O que está rolando no Congresso

O governo quer economizar R$ 70 bilhões nos próximos dois anos e R$ 375 bilhões até 2030. Mas as mudanças nos projetos de corte de gastos têm gerado dúvidas. Ontem, algumas propostas que endureciam as regras foram suavizadas, como no caso do Benefício de Prestação Continuada e do Fundo Constitucional do DF.

A Câmara também aprovou na terça uma regra que proíbe criar novos benefícios tributários quando as contas estão no vermelho e limita gastos com pessoal se o governo tiver déficit primário.

O problema é que o mercado acha que as medidas são tímidas e que o governo deveria mexer em despesas maiores, como Previdência e os gastos com saúde e educação. Mas isso esbarra em promessas de campanha e questões políticas.

E o que tem nos EUA?

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve cortou os juros em 0,25 ponto percentual, o que era esperado, mas o mercado ainda está avaliando os impactos. Juros menores por lá podem ser bons para o Brasil, porque os títulos americanos, que são os mais seguros, acabam rendendo menos.

Por outro lado, as políticas do presidente Donald Trump, que foi reeleito, levantam preocupações, já que sua agenda econômica protecionista pode pressionar a inflação e forçar o Fed a manter juros mais altos. Isso pode trazer efeitos para a economia global e, claro, respingar no Brasil.

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