Com o dólar batendo recordes e encarecendo tudo que vem de fora, a indústria de bens de consumo está apertando o varejo por aumentos de preços. A moeda americana chegou a R$ 6,20 durante o dia e fechou em R$ 6,09 nesta terça-feira (17), o maior valor da história.
Fontes ouvidas pela CNN contaram que a pressão está "braba". Um representante do setor varejista resumiu a situação: "Não vamos segurar por muito tempo". A tradução disso? Prepare o bolso, porque a inflação deve bater à porta logo no início de 2025.
Fim de ano tranquilo, começo do próximo nem tanto Por enquanto, as promoções de Natal e os estoques já fechados seguram os preços. Mas, em janeiro, a história deve mudar. Indústrias estão pedindo reajustes de 8% a 10% em média. Elas seguraram os aumentos achando que o dólar alto era fogo de palha, mas, com a moeda firme acima dos R$ 6, a paciência acabou.
Quem tá puxando essa fila? Empresas de alimentos, higiene, limpeza e eletrodomésticos já estão pedindo renegociações. O maior aperto vem do setor de higiene e limpeza, que depende de componentes químicos derivados de petróleo, quase sempre importados e cotados em dólar.
E tem mais: o dólar alto também deixa o mercado externo bem mais interessante para exportadores, como a turma da soja, do milho e da carne bovina. Com isso, sobra menos produto no mercado interno, e os preços disparam.
BC tentando apagar o incêndio Pra dar uma segurada no câmbio, o Banco Central já fez quatro leilões consecutivos de dólares, jogando mais de US$ 3 bilhões no mercado. Isso ajudou a evitar que o dólar ficasse ainda mais alto, mas não foi suficiente pra tirar a moeda da casa dos R$ 6.
A situação ainda é de alerta, e o recado é claro: prepare o bolso, porque os reajustes vão chegar.