Embate entre Produtores e Conab sobre Estimativas do Arroz

Contexto do Conflito

As Federações de Arrozeiros (Federarroz) e de Agricultura (Farsul) do Rio Grande do Sul acusam a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de superestimar a área plantada de arroz na safra atual, sugerindo um aumento de 9,7% na produção, enquanto dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA) apontam um crescimento real de apenas 2,69%. A divergência nas estimativas gerou preocupação no setor, que considera que os dados da Conab possam confundir o mercado e pressionar para baixo os preços do arroz, prejudicando produtores e a cadeia produtiva.

Principais Alegações dos Produtores

  • Erro de Estimativa: O IRGA, com décadas de experiência em levantamentos de campo, afirma que o aumento da área plantada é significativamente menor do que o divulgado pela Conab.
  • Impacto Econômico: As federações acreditam que dados errôneos podem influenciar negativamente o mercado, causando prejuízos bilionários.
  • Produção Suficiente: Garantem que a produção será suficiente para abastecer o mercado interno e gerar excedentes para exportação, descartando riscos de desabastecimento.

Resposta da Conab

  • Negativa de Manipulação: A Conab refutou as acusações de interferência no mercado agrícola e afirmou que suas estimativas refletem dados do mês anterior à publicação do relatório.
  • Esforços de Precisão: Destacou parcerias, como com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), para usar tecnologia de imagens de satélite na análise da área cultivada.
  • Revisão Contínua: Prometeu atualizações no relatório de fevereiro, após nova visita de sua equipe técnica ao campo.

Histórico de Divergências

O episódio é mais um capítulo de tensões entre a Conab e os produtores de arroz. Em 2024, o cancelamento de um leilão do grão planejado pelo governo, sob suspeitas de irregularidades, gerou descontentamento no setor, que já enfrentava desafios com os preços do cereal.

Impacto no Setor

  • Para os Produtores: Preocupação com a desvalorização do arroz e possíveis prejuízos financeiros.
  • Para os Consumidores: O excesso de oferta pode manter os preços estáveis, mas não há riscos de falta do produto.
  • Mercado Internacional: O excedente de produção continuará sendo direcionado para exportação.
O desdobramento dessa polêmica pode influenciar futuras políticas agrícolas e a relação entre produtores e o governo.
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