Governo aposta em julgamento dos acusados no primeiro semestre de 2025

A ideia é evitar que uma possível condenação de Bolsonaro no ano das eleições esquente ainda mais a polarização.

O governo está na torcida para que os 37 acusados de tentar derrubar à força o estado democrático, planejar golpe de estado e formar organização criminosa sejam julgados até a metade de 2025. Se tudo correr como esperado, quem for condenado pode começar a cumprir pena no final do próximo ano ou no início de 2026.

A turma política do Planalto acha que, com o julgamento antes da campanha oficial, que começa em agosto de 2026, o impacto na corrida eleitoral será menor. Mesmo assim, a pré-campanha deve esquentar já em abril daquele ano.

Pessoas próximas ao presidente Lula acreditam que, se Bolsonaro for preso durante o ano eleitoral, isso pode virar um barril de pólvora, acirrando a divisão política e politizando ainda mais o processo. A ideia é evitar que a direita acuse o STF de se meter no jogo político.

Aliados de Lula estão confiantes de que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, deve apresentar uma denúncia contra os acusados nos próximos dois meses.

O plano é juntar tudo em uma única denúncia, incluindo não só as investigações sobre o suposto golpe, mas também o caso das fraudes nos cartões de vacinação e as joias recebidas da Arábia Saudita.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, deve mandar o inquérito para a PGR no começo da próxima semana. Aí, caberá a Gonet decidir se apresenta a denúncia ou se pede mais informações para a PF. Se a denúncia for adiante, o STF vai abrir prazo para os acusados se defenderem, e o plenário da Corte decidirá o futuro de todos.

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