Os setores de Hospedagem e Alimentação no Brasil devem faturar R$ 80 bilhões em dezembro, revelou o levantamento do Fhoresp (Núcleo de Pesquisa e Estatística da Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo).
O resultado deve ser alcançado devido à combinação entre o aumento de turistas em viagens e o aquecimento do mercado interno, indicou a organização.
Segundo o coordenador do Núcleo de Pesquisa da Fhoresp e economista, Luís Carlos Burbano, dezembro é considerado o melhor mês para os dois segmentos, em razão das férias escolares, festas de fim de ano e do pagamento do 13º salário aos trabalhadores.
Para Burbano, esses três fatores constroem uma boa imagem do Brasil no exterior e fazem com que o turismo ganhe força, movimentando o setor de serviços.
Apesar da boa estimativa para o período, a entidade também apontou que a inflação no país segurou o crescimento real no caixa dos estabelecimentos.
Em novembro, o IPCA-15, prévia da inflação brasileira, cresceu 0,20% segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), alta influenciada principalmente pelo grupo Despesas pessoais (0,85%), com altas na hospedagem (4,18%) e no pacote turístico (3,90%).
Cenário de inflação e pressão sob preços
A projeção mostra que o volume de recursos injetado apenas no setor de Hospedagem deve chegar a R$ 11,1 bilhões em dezembro. Ao mesmo tempo, o segmento de Alimentação Fora do Lar deverá movimentar R$ 69 bilhões.
Por outro lado, os setores carregam boa parte da inflação, o que faz com que ambos reduzam a própria margem de lucro para não repassar os aumentos ao cliente final.
Segundo o diretor-executivo da Federação, Edson Pinto, o "setor é fortemente pressionado por custos crescentes de alimentos, de energia, de aluguel, de salários e de insumos. Então, mesmo com aumento na demanda de serviços, precisamos equilibrar as contas. As margens continuam apertadas."
O estudo da Fhoresp também mostrou que o acumulado da inflação no Brasil, medido pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) chegou em 27% entre desde 2023.
Para Edson Pinto, a pressão inflacionária não apenas reduz os ganhos ,mas também faz com que o empresário opere no limite.
“Trabalhamos com uma carga tributária altíssima, mais os encargos trabalhistas e a inflação do setor. Somos um dos maiores empregadores do Brasil e temos um longo caminho a ajustar para fazer com que as contas fechem no fim do mês”, disse.