A cúpula do G20 no Rio de Janeiro, realizada em novembro do ano passado, trouxe holofotes ao Brasil, mas também levantou questionamentos sobre a gestão dos recursos públicos. Com um apelido que viralizou nas redes, o "Janjapalooza", festival organizado paralelamente ao evento, está no centro das atenções por conta dos impressionantes R$ 83,4 milhões bancados por empresas estatais.
"Dinheiro público em festa privada?" O jornal Estadão revelou que Banco do Brasil, Caixa Econômica, BNDES, Petrobras e até Itaipu Binacional contribuíram com milhões para a realização da cúpula e seus eventos paralelos. Só o festival "Ação Global Contra a Fome e a Pobreza" – apelidado de "Janjapalooza" – consumiu mais de R$ 28 milhões.
O evento contou com apresentações de artistas que supostamente receberam cachês simbólicos, mas o custo total do festival superou até mesmo a própria reunião de líderes mundiais, que ficou em R$ 13 milhões.
A mão de Janja nos bastidores O envolvimento da primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, também chamou atenção. Segundo as informações, ela teria proximidade com a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), responsável pela organização do evento. Detalhe: a OEI, que recebeu R$ 5,4 milhões pelo trabalho, chegou a convidar Janja para integrar sua equipe em 2023, logo após Lula assumir a presidência.
Dinheiro das estatais para a festa Cada estatal teria contribuído com até R$ 18,5 milhões. A Petrobras, por exemplo, informou ter dado "apenas" R$ 12,9 milhões. Já Itaipu Binacional, onde Janja trabalhou antes de deixar o cargo para acompanhar Lula em Curitiba, contribuiu com R$ 15 milhões.
Indignação pública A revelação gerou críticas contundentes. "Enquanto famílias brasileiras enfrentam dificuldades para colocar comida na mesa, vemos recursos públicos sendo direcionados para eventos que mais parecem uma festa pessoal do governo", comentou um especialista em gestão pública.
Um alerta para o Brasil Por fim, o editorial do Estadão conclui com um alerta: "O Brasil não pode ser condenado ao patrimonialismo, onde o público é tratado como privado. Precisamos de responsabilidade e compromisso com o bem comum".
Fica a pergunta: até quando veremos dinheiro público financiando agendas que beneficiam interesses individuais e partidários?