Mary Anastasia O’Grady diz que o Brasil está em “frangalhos”
“A bagunça nas contas públicas do presidente Lula mostra que o PT pode sair bem machucado na próxima eleição.” Essa foi a análise da colunista Mary Anastasia O’Grady em um artigo publicado neste domingo (22) no Wall Street Journal.
Mary detonou o pacote de gastos aprovado recentemente no Congresso, dizendo que ele não resolve o rombo gigante no orçamento. “Com um déficit de 9,5% do PIB, mais que o dobro do que era dois anos atrás, não há nenhum plano sério para resolver isso”, afirmou. Para ela, o Brasil vive uma crise fiscal profunda.
“Instituições em pedaços”
A colunista também criticou os projetos do governo, dizendo que eles enfraquecem as instituições e o Estado de Direito. Enquanto o Banco Central tenta segurar o real diante do dólar, investidores continuam com o pé atrás, já de olho nos possíveis aumentos de juros em 2025.
“Os esforços de Lula não são suficientes para tirar o povo da pobreza”, destacou. Ela ainda lembrou que o próximo pleito presidencial acontece em outubro de 2026, o que dá tempo para o presidente ajustar as coisas. Mas, na visão dela, Lula parece mais focado em medidas populistas do que em manter a economia estável.
STF, TSE e PF no jogo
Mary acredita que, com o orçamento apertado, o PT pode usar mais os tribunais e órgãos como o Supremo Tribunal Federal (STF), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a Polícia Federal para manobrar o cenário político. Ela citou o caso das decisões judiciais que anularam a condenação de Lula em 2021, permitindo que ele concorresse novamente em 2022.
Já em relação a Bolsonaro, a colunista lembrou que o ex-presidente foi acusado pela PF de integrar um suposto grupo criminoso. Apesar disso, Bolsonaro ainda não foi formalmente acusado e nega as acusações. Mary observou que o TSE o tornou inelegível até 2030, o que também coloca pressão no campo conservador.
Oposição na mira
A jornalista mencionou casos de parlamentares e políticos da oposição que estão sendo investigados, como o deputado federal Marcel van Hattem, crítico do STF. Ele é alvo de uma investigação por declarações feitas no plenário, onde defendeu Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, preso por 183 dias.
Mary também citou o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que ela aponta como um possível nome conservador mais forte que Bolsonaro. Porém, lembrou que um tribunal regional eleitoral o acusou de abuso de autoridade e o baniu de disputar eleições por oito anos.
A análise conclui com um alerta de Mary: se a oposição for sufocada e o governo continuar com políticas econômicas desastrosas, o Brasil pode entrar em um ciclo ainda mais complicado.