Médica é indiciada por homicídio qualificado do ex-marido em Arapiraca (AL)

A médica Nádia Tamires foi indiciada, nesta terça-feira (2), por homicídio qualificado pelo assassinato do ex-marido, o também médico Alan Carlos de Lima Cavalcante, em Arapiraca, no Agreste de Alagoas. A investigação da PCAL (Polícia Civil de Alagoas), realizada pela DHA (Delegacia de Homicídios de Arapiraca), descartou a alegação de legítima defesa apresentada pela suspeita.

De acordo com a PCAL, Alan Carlos estava dentro de um carro estacionado em frente à UBS de Arapiraca, quando foi atingido por diversos disparos, na tarde do domingo 16 de novembro. A vítima morreu ainda no local. Imagens de câmeras de segurança próximas foram utilizadas pelos investigadores para reconstruir a dinâmica do crime. Segundo o delegado Daniel Scaramello, da DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), as filmagens mostram que a suspeita desceu do veículo já armada e apontando a arma na direção do ex-marido.

Ainda na tarde do domingo, a médica, de 38 anos, foi conduzida pela PMAL (Polícia Militar de Alagoas) até a sede da DHPP em Maceió, onde prestou depoimento. Durante o interrogatório, ela afirmou ter agido em legítima defesa. A versão, porém, não foi confirmada pela análise das imagens e demais elementos colhidos no local, segundo o delegado.

O inquérito também considerou o histórico de conflitos do casal, incluindo processos judiciais e acionamentos da Patrulha Maria da Penha. Apesar de reconhecer a tensão, o delegado Everton Gonçalves, coordenador da DHA, afirmou que as circunstâncias não justificam a reação extrema da investigada.

Segundo o delegado Everton Gonçalves, “o intuito homicida da suspeita ficou evidente, especialmente pela análise dos disparos efetuados, todos direcionados à vítima, conforme aponta o laudo pericial do local do crime, mesmo sendo atingida por apenas um disparo no tórax.”

O caso agora segue para o MPAL (Ministério Público do Alagoas), que poderá solicitar novas diligências, apresentar denúncia à Justiça ou arquivar o processo.

A CNN Brasil tentou contato com a defesa da médica. O espaço segue aberto para manifestações.

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