O que rolou no ataque com explosivos em Brasília?

Um homem identificado como um extremista de direita detonou ao menos dois explosivos perto do STF em Brasília na quarta-feira, dia 13/11. Ele anunciou o ataque antes e acabou morrendo no local. O carro usado, que veio de Santa Catarina, estava registrado em seu nome.

 As explosões

Por volta de 19h30, uma primeira explosão aconteceu no porta-malas de um carro estacionado no Anexo IV da Câmara dos Deputados. Logo depois, outra explosão foi ouvida na Praça dos Três Poderes, em frente ao STF. Bombeiros chegaram para apagar as chamas e descobriram que o homem, vestido com um terno verde com símbolos de cartas, estava morto na praça. Parecia uma referência ao Coringa, personagem usado por alguns radicais como símbolo antissistema.

A polícia confirmou que ele era o autor do ataque. Segundo um segurança, ele tentou entrar no STF sem sucesso e, ao ser abordado, lançou explosivos e mostrou outros artefatos, incluindo um possível relógio-bomba. Depois, se deitou no chão e acionou o explosivo, morrendo na detonação.

 O autor

A vítima foi identificada como Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, conhecido como "Tiü França", um chaveiro de Santa Catarina. Em 2020, ele tentou, sem sucesso, se eleger vereador pelo PL em Rio do Sul. Morava em Ceilândia e, após as explosões, a polícia encontrou explosivos na casa que alugava.

Nas redes sociais, que agora estão fora do ar, ele compartilhava mensagens de extrema direita, críticas a “comunistas” e ao Judiciário. Wanderley anunciou em várias mensagens que planejava um ataque, mencionando figuras públicas e insinuando que queria ser “mártir”.

 STF como alvo frequente

O STF, principal alvo do ataque, há tempos vem sendo criticado por extremistas de direita, especialmente apoiadores de Bolsonaro, que veem o tribunal como um obstáculo. Desde 2019, o STF investiga figuras que promovem fake news e ataques a ministros. Essa tensão culminou em invasões e depredações do STF e de outros prédios do governo em janeiro de 2023.

 Reações

As explosões levaram à suspensão de uma sessão na Câmara, e tanto o Congresso quanto o STF interromperam suas atividades até o dia seguinte. A Polícia Civil e a Polícia Federal abriram investigações.

Líderes políticos expressaram repúdio. O presidente da Câmara, Arthur Lira, pediu apuração rigorosa, e o ministro Paulo Pimenta afirmou que ataques às instituições são ataques à democracia e que é fundamental combater o ódio e a intolerância na sociedade. O líder do governo na Câmara, José Guimarães, também pediu que os responsáveis sejam punidos caso o ataque tenha motivação política, declarando que não podemos aceitar atos antidemocráticos.

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