Presidentes e ministros de seis países do Mercosul emitiram um comunicado neste sábado (20) pedindo o restabelecimento da ordem democrática e do respeito aos direitos humanos na Venezuela. O documento não foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nem por outras autoridades brasileiras.
O texto, divulgado à margem da Cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu, expressa profunda preocupação com a crise migratória, humanitária e social na Venezuela e relembra que Caracas foi suspensa do bloco por ruptura da ordem democrática. O documento também pede que as autoridades venezuelanas ajam para interromper os desaparecimentos forçados e as detenções arbitrárias e respeitem o direito ao devido processo legal.
O comunicado foi emitido em nome dos presidentes da Argentina, Javier Milei; do Paraguai, Santiago Peña; e do Panamá, José Raúl Mulino. Autoridades do alto escalão da Bolívia, do Equador e e do Peru também assinaram a carta.
O texto afirma que os princípios do multilateralismo, da democracia, dos direitos humanos e a das liberdades fundamentais são essenciais para o processo de integração e desenvolvimento regional. Por fim, as autoridades se comprometem a trabalhar para alcançar, de forma pacífica, o restabelecimento da ordem democrática na Venezuela.
O comunicado não menciona a tensão entre os Estados Unidos e a Venezuela nem o aumento da presença militar americana na região.
A declaração final da Cúpula de Líderes do Mercosul não teve menção à situação da Venezuela.
O presidente Lula afirmou durante a cúpyla que uma intervenção armada dos Estados Unidos na Venezuela seria uma “catástrofe humanitária” e um “precedente perigoso para o mundo”. Já o presidente argentino, Javier Milei, elogiou a "pressão" do presidente americano, Donald Trump, sobre Nicolás Maduro.