Entidades do setor cafeeiro brasileiro buscam reverter tarifa de 50% imposta pelos EUA, considerada um sério desafio para a competitividade do café nacional. Conselhos e associações trabalham para garantir isenções e minimizar os impactos negativos na indústria e nos consumidores americanos.
Entidades do setor cafeeiro brasileiro se manifestaram, na quarta-feira (6), contra a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos às importações do produto do Brasil. A medida foi classificada como um desafio “sem precedentes” para a competitividade do café brasileiro no mercado norte-americano. A tarifa entrou em vigor na mesma data e gerou reações do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics). Ambas as entidades buscam diálogo com autoridades dos EUA e do Brasil para reverter a condição. O Cecafé está atuando junto à National Coffee Association (NCA), traders, importadoras e redes de cafeteria dos EUA, e mantém o governo brasileiro informado. A entidade visa que o café brasileiro seja incluído em uma lista norte-americana de isenção de taxação, destacando que se trata de um produto não cultivado em grande escala nos EUA, que consome mais de 24 milhões de sacas ao ano. Se a isenção não for alcançada, o Cecafé também pretende tentar a exclusão do café da lista de retaliações do Brasil, buscando garantir que o produto não seja taxado em 40%. A Abics, que representa o setor de café solúvel, descreve a tarifa como um desafio significativo, afirmando que os EUA são o principal destino do café solúvel brasileiro. Em 2024, cerca de 780 mil sacas foram exportadas, representando 20% do total. O diretor executivo, Aguinaldo Lima, ressaltou que o café solúvel brasileiro será o mais penalizado, enquanto o México exportará sem tarifas. A Abics também alertou sobre o impacto aos consumidores dos EUA, afirmando que a decisão prejudica a indústria brasileira e pode afetar negativamente os consumidores americanos, que se beneficiam da qualidade e do preço competitivo do produto nacional. A associação intensificou negociações com entidades do setor e autoridades, buscando reverter a tarifa ou garantir isenção para todos os cafés brasileiros. Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Nícolas RobertLeia mais em jovem-pan