Trump recebe Putin com tapete vermelho e aplausos no Alasca

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Sem a presença do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, os presidentes dos EUA e da Rússia negociam um cessar-fogo na guerra em encontro nesta sexta-feira (15).

O presidente dos Estados UnidosDonald Trump, recebeu o presidente da RússiaVladimir Putin, com tapete vermelho antes do encontro dos dois para negociar um cessar-fogo na guerra da Ucrânia, nesta sexta-feira (15), no Alasca, nos Estados Unidos.

Com sorrisos no rosto, os dois se cumprimentaram e tiraram fotos para a imprensa antes de se encaminharem para a base militar Elmendorf-Richardson, em Anchorage, que será palco da reunião.

Putin e Trump rindo após se encontrarem — Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP

Putin e Trump rindo após se encontrarem — Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP

Trump bateu palmas para Putin enquanto o aguardava chegar a seu lado após descer do avião presidencial russo e recebeu sinais de ‘joinha’ em retribuição.

Já no carro, Putin foi visto sorridente e acenando.

Ao chegarem na base militar, os dois posaram novamente para fotos, ao lado de assessores e secretários, mas não deram declarações.

Encontro de Putin e Trump no Alasca — Foto: REUTERS/Kevin Lamarque

Encontro de Putin e Trump no Alasca — Foto: REUTERS/Kevin Lamarque

Expectativa para as negociações

 

Donald Trump e Vladimir Putin são os dois grandes atores do tabuleiro atual da geopolítica mundial. O encontro, acredita Putin, tem potencial de “selar a paz mundial”.

Para Donald Trump, as negociações serão “como uma partida de xadrez”.

Essa é a primeira cúpula entre os dois países desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, e o primeiro encontro a sós entre os dois líderes desde 2018.

A avaliação da imprensa norte-americana é que, desta vez, um Trump mais autoritário e experiente pode bater de frente com o homólogo russo. Mas o embate não será fácil: ex-chefe da KGB, a antiga agência de inteligência russa, Vladimir Putin está no poder há 25 anos, no total, e foi treinado para manipular e enganar o inimigo — á época, os Estados Unidos.

Embora tenham trocado críticas e ameaças nos últimos meses, tanto Trump como Putin sinalizaram, na véspera da reunião, estar esperançosos de que será um bom encontro.

O líder russo elogiou os “esforços sinceros” de Washington para solucionar a guerra na Ucrânia e disse achar que o cara a cara com Trump pode selar a “paz mundial”. Mas ponderou que isso só ocorrerá caso haja um acordo para restringir o uso de armas estratégicas, incluindo as nucleares, já sugerindo uma tentativa de barganhar algo em troca de um cessar-fogo na Ucrânia.

Trump também enviou mensagens dúbias nos últimos dias: se mostrou esperançoso e disse que “acho que ele (Putin) fará um acordo”, mas admitiu que “nada está garantido. Será como uma partida de xadrez. E, mesmo munido de autoconfiança como negociador, o líder norte-americano e seu governo foram baixando as expectativas ao longo dos últimos dias.

Ele afirmou ter calculado em 25% as chances de o encontro “terminar mal” e já fala na necessidade de uma segunda reunião com o mandatário russo antes mesmo da a primeira acontecer. Seu secretário de Estado, Marco Rubio, também afirmou que, embora esperançoso, “em última instância, caberá à Ucrânia e à Rússia concordar pela paz”.

Uma certeza que ambos os lados apontam é que o debate pelas regiões ucranianas atualmente ocupadas por tropas russas será o ponto central das negociações. Segundo o Instituto para o Estado da Guerra (ISW, na sigla em inglês), Moscou controla militarmente cerca de 20% de todo o território ucraniano.

E nenhum dos lados sinalizou querer abrir mão dessas regiões.

Entenda a ocupação russa na Ucrânia — Foto: Arte/g1

Entenda a ocupação russa na Ucrânia — Foto: Arte/g1

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